sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Manifesto aberto (post mortem) - Caio Fernando Abreu



Venho sentindo uma certa perturbação, um desconforto aqui no além. Muitas pessoas chamando meu nome, invocando meus escritos, inventando o que não disse...Acho que algumas coisas devem ser esclarecidas e hoje é dia de desabafo bebê!!!



Gente, é assim...escreví muitas coisas, frases, textos, poemas inteiros falando do amor e do desamor. Ok, escreví muito mais sobre desamor e decepção, isso é notório para qualquer um e não é necessário ser expert em literatura ou conhecer as regras que constituem um poema para sacar isso.
Sabe, quando eu estava aí na terra, passei por maus bocados. Podia ser considerado o azarado sentimental e escrever me ajudava, como ajuda muitos que utilizam desse método e usava essas decepções como minha fonte inspiradora, pois assim fazendo eu conseguia eliminar minha dor, passar para uma outra fase, esquecer aquilo tudo e continuar. Muitos escritores, quase todos, usam isso e é válido em doses certas.



Mas eu não sei porque raios isso se alastra mais que as coisas boas que deixei. Aqui onde estou a perturbação é constante quando lembram apenas as coisas tristes que escreví. Por isso, não tomem como leis as frases que escreví dizendo que a vida é sofrimento, que o amor é um estado ilusório e quem se apaixona sempre se fode. Não é nada disso! Pelo amor de Deus, o que seria de nós se não fosse esse amor? Ah, pára...Vocês andam tomando suco de almeirão?



O amor é o it, o amor é a força que tudo move e faz circular. Tudo bem, nem sempre dá certo, mas é assim com todas as coisas aí na terra e nem sempre fazemos por merecer, pois também cometemos muitos erros. Não há como amar sem sofrer, pois o sofrimento é a chama violeta da transformação que a tudo sublima e faz crescer e isso todo mundo sabe.


O que não rola é deixar nas paradas de sucesso essa musiquinha dor de cotovelo como se fosse a chave que abrisse as portas para todos os nossos questionamentos. Algumas até que vêm a calhar, mas perae! Vai continuar espalhando isso como se fosse a única verdade sobre o amor só porque eu disse, num momento ruim? Não, não, não, pode parar. O que há? Tá triste e magoado só porque o amor ainda não aconteceu pra você? Se não deu certo, isso é culpa só dos outros?



Ah, bebê, não há nada de mais em chorar sua decepção, mas será que dá pra compartilhar as coisas boas que eu deixei ou invés de ficar remoendo as feridas?

Hoje eu vejo que fui o culpado de muitas coisas, inclusive pelas minhas próprias ilusões. Conversei ontem com Clarice Lispector e sabe o que ela fez? Teve um ataque de risos e comentou: "Eu disse pra você ter classe como eu, senão iria dar merda!" Pois é, chega me dar uma coceira quanto vejo tanta uruca se propagar feito uma gripe que infecta silenciosamente o subconsciente. E por falar em subconsciente, você sabia que acreditar nessas coisas afasta o amor? Soube disso muito tarde, depois que cheguei aqui no além e nem uma anja me dá bola.

Seguinte: acredite no amor. Creia na paixão. Arriscar e se dar mal faz parte de qualquer área da vida, eu não tenho que desenhar isso pra você pois sou escritor e não pintor. E, só pra variar, acredite em algo diferente, que se entregar à essa força te fará sentir-se mais humano.



E pára de reclamar através de mim. Eu disse isso em momentos ruins, apenas escreví e isso é meu. Eram os meus sentimentos em momentos particulares. Me reviro no túmulo a cada amor = decepção que você compartilha.
Fale de amor, fale de paixão. Fale das sensações maravilhosas que nos causam. Do contrário, ficará velho e sozinho, pois rabugento você já está. Quem vai se aproximar de você, se é nesse caralho que acredita?



Stop now, bebê! Mentalize a paz e saiba que o que escreví foram apenas momentos que não são necessariamente verdades.



E com licença, Clarice me espera e, cá pra nós, ela beija muito bem.






Caio Fernando Abreu




Nota: Este texto é apenas uma ficção. Nenhum espírito encostou em mim para escrevê-lo. Ou será que encostou?




Texto do blog Maionese Virtual. Link para esta postagem: http://bit.ly/ufNqZa


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Que seja honesto o Fim de Ano





À luz da ciência, a virada de ano não passa de um limite cronológico, o período de 365 dias e 6 horas da translação, quando a Terra completa uma volta ao redor do Sol.
E a tradição nos permite dar a essa passagem o clima festivo que nos leva a pular ondas, fazer brindes, vestir o branco, comer lentilha, romã e distribuir louros.

Debaixo das superstições, contagiados pela oportunidade que o novo começo nos dá de recomeçar, talvez seja a hora de mudar. E a mudança brota da consciência para se concretizar na química que nasce da união de coração e mente.

Quem sabe seja a hora de parar de fumar, de recuperar a boa forma, de buscar o novo trabalho, de comprar um carro, encontrar a cara-metade, morar na casa própria...
Mas, melhor seria que, ao mesmo tempo, tivéssemos olhos para as conquistas abstratas, para a renovação dos valores e das prioridades.

Já passou do tempo do ser humano entender que a felicidade não é um bem material, mas um estilo de vida que se adota e se preserva em cada atitude, em cada pensamento, em cada palavra. Demoramos a notar que as mansões de nada valem quando seus ocupantes são incapazes de transformá-las em lares. Desperdiçamos tempo sem perceber que anéis não reluzem sem dedos que os ostentem, carrões não se justificam quando rodam com passageiros e rumo a destinos incertos.

O mundo ainda gira em torno do homem e o homem se perde na vertigem de rodar numa busca desesperada do que só se encontra dentro de si próprio.

Que o ano novo exerça a magia e o poder de nos induzir à reflexão para que, nas entranhas do pensamento e do sentimento, cada um de nós se conscientize de que o erro que nos beneficia hoje pode ser a cobrança do amanhã em forma de tragédia. Que as pessoas sejam capazes de fazer o bem sem olhar a quem, para receber o bem sem saber de quem. Que o respeito seja a moeda essencial nas relações humanas. Que a ética e a moral sejam práticas rotineiras em nome do bem coletivo. Que haja honestidade. Que haja amor! Que o mundo resgate o dom de se reinventar em suas verdadeiras evoluções, sem maquiar as mazelas que nos fazem reféns de sonhos vazios.


Desejo a todos os leitores um Feliz 2012. Faço votos que seja um ano

 de realização dos projetos e das idéias. Sucesso a todos.

Meu grande abraço e até breve!

Diálogos Festivos


FELIZ NATAL.
Próspero Ano Novo.
Tudo de bom para você em 2012.
Passei na vitrine, olhei, achei a tua cara.
Tinha certeza que era você o meu amigo-secreto.
No ano que vem vou fazer regime.
Imagine, não precisava se preocupar.
Coube direitinho.
Pode trocar, se não servir.
Só isso, pai?
Nossa, como este ano passou rápido.
Não tinha o seu número, infelizmente.
Foi um ano difícil.
Vai ser o ano do tetra.
Deus te ouça.
Saúde pra dar e vender!
Olha só o que eu ganhei.
Nossa, como eles cresceram!
Discurso, discurso!
Não sei como agradecer.
Juro que eu não esperava isso.
No ano que vem vou parar de fumar.
Gente, tou completamente bêbado.
Este peru é Sadia?
Alguém viu o quebra-nozes?
Meu, que ressaca!
Você viu a pobreza do presente que o chefe me deu?
Juro que nunca mais bebo. De estômago vazio
No ano que vem eu passo, mãe.
Esse verão vai ser de matar.
Que horas são? Já?
Alguém viu o meu filho por aí?
Se você não for bonzinho, no ano que vem o Papai Noel não vem.
Quem foi que sentou no bolo?
Onde foi que você comprou esse uísque? Sei não.
Pior que 2011 não vai ser.
Quem vai buscar mais cerveja?
O meu presente sumiu! O meu presente sumiu!
O médico disse que você não pode beber, vó.
Quem foi que vomitou na escada?
Isso que é vinho!
Hoje é Natal, conversa com o seu irmão, meu filho.
Vamos rezar agora. Todo mundo de mãos dadas.
Que horas que é a São Silvestre mesmo?
Pior é que. no ano que vem, o Natal e o Ano Novo caem no domingo.
O pessoal tá fumando lá no banheiro de cima.
Alguém tem uma Bic aí?
Me disseram que não foi hoje que Jesus nasceu.
O shopping estava assim de gente.
E os preços, então?
Gente, acabou o uísque.
Estou morrendo de sono.
Quando é que cai o carnaval?
Puxa, não te via desde o ano passado.
As crianças estão passando com a mãe.
Vai pra onde?
Cadê o balde de gelo?
O que eu não agüento são essas musiquinhas.
É melhor você não ir guiando, meu filho.
Se você continuar guiando assim, eu desço.
Não desce não, que é você quem está guiando.
Boa noite.
Feliz Natal.
Me passa o celular.
Próspero Ano Novo!
Tem um Engov aí? Aliás, me dá dois.

E assim o ano segue... 


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Palavras






RETRATO NO LIVRO


Leio os teus poemas
como folheando um álbum de fotografia
Ângulo perfeito nos encantos
dos versos, nas cartas e outros tantos…
Ao alcance dos nossos olhos
o que os teus puderam contemplar…
Romance, genealogia do clã,
ideologia, ou filosofia vã?…
O verme do tempo corrói
os retratos, mas não o imortal!…
Depois do acorde final,
para onde vai, será que se esvai?


SABOR DA VIDA


Para saborear a vida

é preciso vivê-la devagar
Mastigar bem cada momento
Respirar, sentir o cheiro
de algo muito bom chegando…
Não exagere no tempero,
muita pimenta pode estressar
O sal e o açúcar
deve ser usado com moderação
Observe o tempo,
não deixe passar do ponto
Sente-se à mesa com apetite
e deguste um bom dia!…



QUANDO O GALO CANTA



O galo cantou essa noite,
você escutou!?…
É preciso coragem para ouvi-lo
por três vezes!
Não se preocupe porque…

Deus sempre manda um anjo
Deus sempre manda um anjo
Deus sempre manda um anjo

O dia amanheceu
em tom cor-de-rosa e até roxo…
- Cumpriu-se a sentença –
O galo diante do anjo,
vestido de pena, calou-se!



PORQUE O POEMA NÃO MORREU



A poesia atravessa séculos…
Livres aos sóis e luas
pelas florestas dos signos…
Tigres tristes, circo aberto,
amores encarnados…
“__ O meu umbigo em você, amigo!”

Passados trinta ou cem anos,
enjaular é matar o que não morreu!
É secar uma alegria, calar um oceano…
É preciso mantê-los circulando
na rede da contemporaneidade,
entre o mais novo e o mais velho…
porque o poema não morreu!




ENTRE O CÉU E O MAR



Quando me sinto afogando
tiro a cabeça para fora
- escrevo -
para respirar
(Como quem soubesse nadar)
O meu ser me leva
para uma ilha deserta
- S.O.S -
Um vulcão vivo
A fumaça subindo ao céu



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Verdadeiro Natal



O Natal e o Ano Novo despertam em todos nós pensamentos e sentimentos de afeto, gratidão e amor, que poderíamos expressar durante o ano todo.
O nascimento de Jesus, caracterizado pela singeleza e humildade da manjedoura, assinala o advento do Cristianismo que é todo um repositório de amor à Humanidade emanado do Criador de todo o Universo. E é desse Amor que o nosso Mundo está carente.
Os Evangelhos de Jesus constituem um verdadeiro tratado singular de Moral e de Sabedoria.
Os exemplos de Jesus dão forma e consistência a seus ensinos e a seus preceitos. Conhecê-los e praticá-los deveria ser o objetivo precípuo da Educação.
O Ano Novo não se limita à renovação do calendário. Sugere-nos a renovação do pensar, do sentir, do amar e, consequentemente, de rever os nossos ideais, as nossas ideias, os nossos procedimentos, os nossos relacionamentos.
As comemorações merecem ser alegres, festivas e contagiantes, em que imperem a confraternização, o reconhecimento, e a troca de gentilezas. São todavia passageiras, pois o que fica é a recordação do ato e das oportunas reflexões.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Natal em Prosa




Eu ainda acredito em perdão...
Amor... misericórdia...
Compreensão... união...

(Essas coisas fora de moda.)

Eu ainda acredito na paz
E em gente de braços dados,
Unida, deixando pra trás
Os erros do passado.

Eu ainda acredito num povo
Que ouve seu coração;
Que vê num outro mortal

Jesus nascido de novo;
Que pratica compaixão;
Que comemora o Natal.


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Existência


 O que é mais importante,
a veste ou o corpo?
Há corpo com ou sem veste.
Não há razão para a veste sem o corpo.
 O que é mais importante,
o chapéu ou a cabeça?
Há cabeça com ou sem chapéu.
Não há razão para o chapéu sem a cabeça.
O que é mais importante,
a luva ou a mão?
Há mão com ou sem luva.
Não há razão para a luva sem a mão.
O que é mais importante,
o anel ou o dedo?
Há dedo com ou sem anel.
Não há razão para o anel sem o dedo.
O que é mais importante,
o sapato ou o pé?
Há pé com ou sem sapato.
Não há razão para o sapato sem o pé.
O que é mais importante,
o dinheiro ou a vida?
Há vida com ou sem dinheiro.
Não há razão para o dinheiro sem a vida.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Nova Maquete de Favela (obra em fase de produção)

Detalhes de uma obra em andamento 



















Verdades sobre Romeu e Julieta


São falados e lembrados, atravessaram os séculos incólumes no tempo, se instalando no mundo de hoje como casal modelo de amor eterno?
Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora. Senão provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão.
Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool.
Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu, fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado.
Romeu não disse para Julieta que a amava, que ela especial e depois sumiu por semanas. Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM.
Romeu não saia sexta-feira a noite para jogar futebol com os amigos e só voltava as 6:00 da manhã bêbado e com um sutiã perdido no meio da jaqueta (que não era da Julieta). Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estrias e celulite e histérica com muita coisa para fazer.
Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso, querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo para se envolver definitivamente com alguém. Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha.
Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro. Julieta nunca tomou um porre fenomenal e num momento de descontrole bateu na cara do Romeu no meio de um bar lotado.
Romeu nunca duvidou da virgindade da Julieta. Julieta nunca ficou com o melhor amigo de Romeu.
Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo.
Julieta nunca teve uma crise de ciúmes achando que Romeu estava dando mole para uma amiga dela.
Romeu nunca disse para Julieta que na verdade só queria sexo e não um relacionamento sério, ela deve ter confundido as coisas. Julieta nunca cortou dois dedos de cabelo e depois teve uma crise porque Romeu não percebeu a mudança.
Romeu não tinha uma ex-mulher que infernizava a vida da Julieta.
Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu.
Por essas e por outras que eles se tornaram o ícone do amor.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Amor nos tempos do Cólera


FILME BASEADO NA OBRA DE GABRIEL GARCIA MARQUEZ: O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA

Florentino Ariza (Javier Bardem), poeta e telegrafista, encontra o grande amor da sua vida ao ver Fermina Daza (Giovanna Mezzogiono) na janela da casa do pai dela. Escrevendo cartas apaixonadas, aos poucos, Florentino conquista o coração de sua amada, mas o pai da moça fica furioso quando descobre o romance e jura afastá-los para sempre. Fermina, então, é obrigada a casar com o sofisticado aristocrata dr. Juvenal Urbino (Benjamin Bratt). Ele a leva embora para Paris por vários anos e, quando voltam a morar em Cartagena, ela ainda pensa em seu primeiro amor. Florentino também não a esqueceu. Tornou-se um rico proprietário de barcos, com muitas amantes, mas seu coração ainda bate por Fermina.







O amor pode assumir diversos aspectos em toda a existência, neste trabalho foi revelado duas faces, o amor carnal, que inclui a aproximação física e o envolvimento emocional entre os parceiros, e o amor ideal, em que o amado (a) possui a atenção do (a) amante de modo quase exclusivo, por tempo indeterminado.
No amor ideal, romântico, a paixão é mais intensa, torna-se um ciclo de ilusões que, se não for encarado com maturidade, pode vir a prejudicar o relacionamento ao invés de beneficiá-lo. É como uma faca de dois gumes: é sadio – quando usado corretamente, já que não podemos negar que a sensação de estarmos apaixonados nos faz bem, nos faz flutuar, e por instantes, é benefício para a alma acreditar que tudo é perfeito; é nocivo – se usado de maneira errada, pois este, de certa forma, distorce a realidade, podendo fazer com que a vida seja desperdiçada, passando a viver em prol de uma perpétua ilusão, que em algum momento poderá ser anulada, seguida de uma frustração face à realidade.
O amor carnal, realístico, não é emoção arrebatadora e ofuscante que vemos no mundo da ficção, o amor são os pequenos atos do cotidiano que se intensificam no decorrer da vida, fazendo o amor florescer, é a construção de uma vida, uma família e um lar. O verdadeiro amor não se reduz ao físico nem ao romântico, o verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é, do que foi, do que será e do que já não é mais, prevalecendo o plano de construção em comum.
Como pudemos constatar no capítulo dois, a metáfora e o amor são indissociáveis, andam sempre juntos, pode-se dizer que são desabafos em forma de metáforas que revela a profundidade do amor, da alegria, da esperança, ou do desespero dos amantes. O amor, assim, como a vida é construído de modo único por aqueles que se amam, a relação amorosa terá o perfil que lhe derem os enamorados.
Aos apaixonados, aos que querem se apaixonar, aos que não são correspondidos em suas paixões, recorram às lições de humanidade de Gabriel García Márquez e procurem reconhecer o Florentino Ariza que habita calado e esperançoso, dentro de suas almas. O medo de amar condena à solidão e ao esquecimento.”

Santiago Ribeiro 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Amor, respeito e liberdade




Aquilo que existe em mim e faz parte de mim, pode ser transformado, se eu quiser.

Aquilo que é do outro, só pode ser transformado por ele, e será compreendido e aceito por mim dentro dos meus limites, se existir respeito.

Posso falar ao outro como me sinto em relação ao que ele faz ou diz, se houver liberdade.

Não posso afirmar:“Aquilo que o outro fez ou disse me feriu.” Eu é que me feri com AQUILO que ele fez ou disse, tenho opções.

Eu sou dono das minhas emoções, sensações e sentimentos. Também das minhas atitudes, pensamentos e palavras ! Tenho escolhas.

Não é coerente fazer algo bom para alguém só porque esse alguém fez uma boa ação primeiro. Se eu agisse assim eu seria apenas resposta e eco, sem vida.

É mais valioso optar por agir ao invés de apenas reagir. É mais sensato perceber que sou dono de meus atos, e se faço algo, sou o responsável por isso, tenho atitudes.

Reconheço que as rédeas do meu destino estão em minhas mãos, e me recuso a segurar as rédeas do destino do outro, é meu direito.

Busco o AMOR em sua mais bela expressão, e por isso abro mão de querer ter o controle sobre a vida do outro. Quero amar com liberdade ! Quero amar com plenitude !

Quero Amar antes de tudo, porque é bom AMAR com RESPEITO e LIBERDADE !





Santiago Ribeiro 

O Rio da Vida



Era uma vez um riacho de águas cristalinas, muito bonito, que serpenteava entre as montanhas. Em certo ponto de seu percurso, notou que à sua frente havia um pântano imundo, por onde deveria passar. Olhou, então, para Deus e protestou:
- Senhor, que castigo! Eu sou um riacho tão límpido, tão formoso, e o Senhor me obriga a atravessar um pântano sujo como esse! Como faço agora?
Deus respondeu:
- Isso depende da sua maneira de encarar o pântano. Se ficar com medo, você vai diminuir o ritmo de seu curso, dará voltas e, inevitavelmente, acabará misturando suas águas com as do pântano, o que o tornará igual a ele. Mas, se você o enfrentar com velocidade, com força, com decisão, suas águas se espalharão sobre ele, a umidade as transformará em gotas que formarão  nuvens, e o vento levará essas nuvens em direção ao oceano. Aí você se transformará em mar.
Assim é a vida. As pessoas engatinham nas mudanças. Quando ficam assustadas, paralisadas, pesadas, tornam-se tensas e perdem a fluidez e a força. É preciso entrar pra valer nos projetos da vida, até que o rio se transforme em mar. Se uma pessoa passar a vida toda evitando sofrimento,
também acabará evitando o prazer que a vida oferece. Há milhares de tesouros guardados em lugares onde precisamos ir para descobri-los.
Não procure o sofrimento. Mas, se ele fizer parte da conquista, enfrente-o e supere-o.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Filmes de Pobres



Aqui temos uma seleção de filmes pra você que esta pobre ou desempregado e não pode alugar ou comprar um DVD. Divirtam-se!

Diários de Mobilete

Rombo II - A Missão

A Fantástica Fábrica de Rapadura

Sr. e Sra. Silva

Querida espanquei as crianças

A Pequena Loja dos Horrores por R$ 1,99

Alice no país da 25 de março

O Resgate do Cabo Raimundo

Florisvaldo Gump - O Contador de Causos

Alien x Cobrador

Piratas de Praia Grande

Vovó Zona Leste

A Fantástica Fábrica de Rapaduras

Harry Potter e o cálice de pinga

Embaixo das Pontes de Madison

Duro de Pagar

Jack, o Estuprador

O Motoboy Fantasma

Quem quer ser um bem de vida

O Diabo veste Renner

O Pensionista

O Discurso do Zé

Casabege

E o Rapa levou...

Eu sei que você não viajou no verão passado

O Morro dos Traficantes Uivantes

O Curioso Caso de Russicleisson Button

A Arca de José

O Exorcismo de Agripina Silva

Capoeira Panda

E o clássico dos clássicos... TROPA DE ELITE rsrsrsrs




quarta-feira, 30 de novembro de 2011

DEZ MANDAMENTOS PARA ESCREVER COM ESTILO – Friedrich Nietzsche




1 – O que mais importa é a vida: o estilo deve viver.
2 – O estilo deve ser apropriado à sua pessoa, em função de uma pessoa determinada para a qual se deseja comunicar seu pensamento.
3 – Antes de começar a escrever, deve-se saber exatamente como expressar de viva voz aquilo que se tem para dizer. Escrever deve ser apenas uma imitação.
4 – O escritor está longe de possuir todos os meios do orador. Deve, portanto, inspirar-se numa forma de discurso muito expressiva. Seu reflexo escrito parecerá de todos os modos muito mais apagado que seu modelo.
5 – A riqueza da vida se traduz pela riqueza dos gestos. Há de se aprender a considerar tudo como um gesto: a extensão e a pausa das frases, a pontuação, a respiração e também a escolha das palavras e a sucessão dos argumentos.
6 – Cuidado com o período muito extenso. Somente aqueles que ao falar têm a respiração muito longa têm direito a ele. Para a maior parte, o período é tão-só uma presunção.
7 – O estilo deve mostrar que o escritor acredita em seus pensamentos, não apenas que os pensa, mas que os sente.
8 – Quanto mais abstrata for a verdade que se quer ensinar, mais importante é fazer convergir até ela todos os sentidos do leitor.
 9 – O tato do bom prosador na escolha de seus meios consiste em se aproximar da poesia até quase tocá-la, mas sem ultrapassar jamais o limite que a separa da prosa.
10 – Não é sensato nem hábil privar o leitor de suas refutações mais fáceis; é muito sensato e hábil, ao contrário, deixar-lhe o cuidado de formular ele mesmo a última palavra de nossa sabedoria.

A Quem Escreve?



Você tem vocação para escrever? Então não consulte ninguém por ora. Leia, leia, leia. Escreva em solidão, dê curso ao fluxo interior. A correção virá depois. A gente começa a escrever para exorcizar os próprios fantasmas. Só depois descobre a literatura. Mas em uma etapa não há outra. Não se apresse. A pressa é inimiga da velocidade e a angústia é a matéria-prima do escritor. Inclusive a angústia sobre o próprio talento. Perdê-la é secar a fonte. Mantê-la, incomoda, mas impulsiona. Prossiga. E deixe a etapa crítica para depois.
Depois de o texto escrito dormir, acordá-lo. Faça-o, porém, lentamente. É deixá-lo espreguiçar-se e só então, pedindo-lhe licença, começar a correção. Várias vezes. Vários dias, se possível. Anos será melhor.
Escritor é excretor. Excreta o texto. Depois deve ser leitor implacável. O primeiro movimento vai do excretor para o papel. Depois deve provir papel para o leitor. Aqui, excretor e leitor são a mesma pessoa: o escritor. Esse é a síntese da briga dos dois. Nessa etapa, deve-se deixar o leitor, implacável, vencer o escritor. E ouvir as críticas de si mesmo como leitor para só depois voltar a ser escritor no momento de aprimorar o texto. Por isso ler os outros, ler, ler, ler é fundamental. Só quem sabe ler (os textos próprios e os alheios) saberá escrever. Isso se conseguir escrever sem o fazer como os escritores a quem admira.
Em suma: escrever é difícil, sacrificado, exige anos. Se depois de tudo isso (e das dores nas costas que a posição acarreta) alguém ainda gostar de escrever, então sim: após muitos anos será um escritor.

sábado, 26 de novembro de 2011

A Tatuagem




Curtir o verão é direito de todos. Alcides e Teresinha estavam casados há mais de dez anos.
- Vamos para a praia, Alcides... uma segunda lua-de-mel.
A vida do casal andava sem graça. Alcides alugou um apartamento no Guarujá. No primeiro dia de praia, a surpresa.
- Alcides. O que é isso nas suas costas?
Uma tatuagem de cobra aparecia entre os fartos pêlos do farmacêutico.
- Na sua idade, Alcides? Que idéia é essa?
- He he... um toquezinho jovem... gostou, meu bem?
As hábeis mãos de Alcides tocaram no pescoço da esposa.
- Não, claro que não gostei. Aí tem coisa.
A desconfiança. Os ciúmes. O azedume.
- Alguma amante inventou essa moda. Sem-vergonha.
As juras de Alcides foram inúteis. Teresinha saiu para uma caminhada.
Só voltou no dia seguinte. Contando com raiva sua aventura com o surfista Neco.Corpo coberto de tatuagens.
-Mas a cobra dele é bem maior.
No casamento, o ciúme é a mais perigosa serpente.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Prisma de Dois

 
Depois de um longo sono, despertei.
Tentei abrir os olhos, mas uma luz me cegava
Uma luz diamante, com centenas de facetas que reluziam num prisma multicolorido.
Tive medo da luz
Eu não a compreendia
Eu não via...
Sumiu o chão, o mar, o ar, o céu
Em cima, luz
Embaixo, cor
Ao redor, vida
Pelo medo-motor, fui em frente
Criei asas
A luz que irradiava, chamava
Com minhas mãos toquei e sentí coração
Sentí paz
Sentí conforto 
Compreensão
Aceitação
Mariposa alucinada, que rodeia sem entender
Não entende porque não deseja o entendimento
Deseja apenas a fascinação 
E a sensação de ter voltado para casa
Nessa luz
Vou me formando

Dedicado à Santiago Ribeiro 23/11/2011