quarta-feira, 30 de novembro de 2011

DEZ MANDAMENTOS PARA ESCREVER COM ESTILO – Friedrich Nietzsche




1 – O que mais importa é a vida: o estilo deve viver.
2 – O estilo deve ser apropriado à sua pessoa, em função de uma pessoa determinada para a qual se deseja comunicar seu pensamento.
3 – Antes de começar a escrever, deve-se saber exatamente como expressar de viva voz aquilo que se tem para dizer. Escrever deve ser apenas uma imitação.
4 – O escritor está longe de possuir todos os meios do orador. Deve, portanto, inspirar-se numa forma de discurso muito expressiva. Seu reflexo escrito parecerá de todos os modos muito mais apagado que seu modelo.
5 – A riqueza da vida se traduz pela riqueza dos gestos. Há de se aprender a considerar tudo como um gesto: a extensão e a pausa das frases, a pontuação, a respiração e também a escolha das palavras e a sucessão dos argumentos.
6 – Cuidado com o período muito extenso. Somente aqueles que ao falar têm a respiração muito longa têm direito a ele. Para a maior parte, o período é tão-só uma presunção.
7 – O estilo deve mostrar que o escritor acredita em seus pensamentos, não apenas que os pensa, mas que os sente.
8 – Quanto mais abstrata for a verdade que se quer ensinar, mais importante é fazer convergir até ela todos os sentidos do leitor.
 9 – O tato do bom prosador na escolha de seus meios consiste em se aproximar da poesia até quase tocá-la, mas sem ultrapassar jamais o limite que a separa da prosa.
10 – Não é sensato nem hábil privar o leitor de suas refutações mais fáceis; é muito sensato e hábil, ao contrário, deixar-lhe o cuidado de formular ele mesmo a última palavra de nossa sabedoria.

A Quem Escreve?



Você tem vocação para escrever? Então não consulte ninguém por ora. Leia, leia, leia. Escreva em solidão, dê curso ao fluxo interior. A correção virá depois. A gente começa a escrever para exorcizar os próprios fantasmas. Só depois descobre a literatura. Mas em uma etapa não há outra. Não se apresse. A pressa é inimiga da velocidade e a angústia é a matéria-prima do escritor. Inclusive a angústia sobre o próprio talento. Perdê-la é secar a fonte. Mantê-la, incomoda, mas impulsiona. Prossiga. E deixe a etapa crítica para depois.
Depois de o texto escrito dormir, acordá-lo. Faça-o, porém, lentamente. É deixá-lo espreguiçar-se e só então, pedindo-lhe licença, começar a correção. Várias vezes. Vários dias, se possível. Anos será melhor.
Escritor é excretor. Excreta o texto. Depois deve ser leitor implacável. O primeiro movimento vai do excretor para o papel. Depois deve provir papel para o leitor. Aqui, excretor e leitor são a mesma pessoa: o escritor. Esse é a síntese da briga dos dois. Nessa etapa, deve-se deixar o leitor, implacável, vencer o escritor. E ouvir as críticas de si mesmo como leitor para só depois voltar a ser escritor no momento de aprimorar o texto. Por isso ler os outros, ler, ler, ler é fundamental. Só quem sabe ler (os textos próprios e os alheios) saberá escrever. Isso se conseguir escrever sem o fazer como os escritores a quem admira.
Em suma: escrever é difícil, sacrificado, exige anos. Se depois de tudo isso (e das dores nas costas que a posição acarreta) alguém ainda gostar de escrever, então sim: após muitos anos será um escritor.

sábado, 26 de novembro de 2011

A Tatuagem




Curtir o verão é direito de todos. Alcides e Teresinha estavam casados há mais de dez anos.
- Vamos para a praia, Alcides... uma segunda lua-de-mel.
A vida do casal andava sem graça. Alcides alugou um apartamento no Guarujá. No primeiro dia de praia, a surpresa.
- Alcides. O que é isso nas suas costas?
Uma tatuagem de cobra aparecia entre os fartos pêlos do farmacêutico.
- Na sua idade, Alcides? Que idéia é essa?
- He he... um toquezinho jovem... gostou, meu bem?
As hábeis mãos de Alcides tocaram no pescoço da esposa.
- Não, claro que não gostei. Aí tem coisa.
A desconfiança. Os ciúmes. O azedume.
- Alguma amante inventou essa moda. Sem-vergonha.
As juras de Alcides foram inúteis. Teresinha saiu para uma caminhada.
Só voltou no dia seguinte. Contando com raiva sua aventura com o surfista Neco.Corpo coberto de tatuagens.
-Mas a cobra dele é bem maior.
No casamento, o ciúme é a mais perigosa serpente.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Prisma de Dois

 
Depois de um longo sono, despertei.
Tentei abrir os olhos, mas uma luz me cegava
Uma luz diamante, com centenas de facetas que reluziam num prisma multicolorido.
Tive medo da luz
Eu não a compreendia
Eu não via...
Sumiu o chão, o mar, o ar, o céu
Em cima, luz
Embaixo, cor
Ao redor, vida
Pelo medo-motor, fui em frente
Criei asas
A luz que irradiava, chamava
Com minhas mãos toquei e sentí coração
Sentí paz
Sentí conforto 
Compreensão
Aceitação
Mariposa alucinada, que rodeia sem entender
Não entende porque não deseja o entendimento
Deseja apenas a fascinação 
E a sensação de ter voltado para casa
Nessa luz
Vou me formando

Dedicado à Santiago Ribeiro 23/11/2011 

O Doce


Crimes. Assaltos. Rebeliões. A violência não diminui. Durval ia tentar seu primeiro assalto importante.
- Até agora, foi só merreca. Um ônibus, um táxi... Coisa pouca.
Ele passava numa movimentada rua comercial na zona oeste.
O 38 formigando em sua mão.
-Assaltar um banco. Uma loja grã-fina... Hoje vai ser no capricho.
A mais bela vitrine era a de uma loja de doces.
Com a Páscoa, chegam os ovos de todas as cores. Veio a decisão. Durval falou grosso.
- É aqui. Mãos ao alto.
Fregueses e balconistas ficaram quietos.
O cheiro de chocolate invadiu as narinas do assaltante.
Seus olhos duros se encantaram com a decoração do local.
- Hã... Tem bombom? Bombom recheado...?
Durval quis provar o de cereja. Mas a polícia já chegava com tudo.
O corpo do rapaz está agora no IML. Como um bombom. Embrulhadinho. E recheado de chumbo.
Por vezes, é amarga a vida na cidade.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Lado Negro



A imaginação humana não tem limites.
César adorava cinema. E estava pronto para uma nova atração.
O novo filme da "Guerra nas Estrelas".
- Darth Vader. O império do Mal. Um barato.
Desde pequeno, ele era fã da série. Botou na cabeça o capacete de Darth Vader. Montou na moto. E rumou para o cinema mais próximo.
- Beleza. Chego na primeira sessão.
Mas naquele domingo o trânsito estava difícil na região da Paulista. Era a Parada Gay. César não estava entendendo.
- Tudo bem... Tá cheio de Mulher-Maravilha... Mas cadê o Jedi?
Um velhinho simpático se aproximou.
- Estaciona a moto... Que eu te mostro a Espada da Luz.
O toque mágico do velho militante homossexual transtornou o rapaz. Ele tirou a máscara de Vader.
O beijo foi longo e sábio. Depois, num caixa eletrônico, o sexo rolou.
O prazer levou César às estrelas. Ele nem se lembra mais de ir ao cinema.
Quando caem as máscaras, a luz penetra em toda parte.

Arte de Protestar


São chocantes as desigualdades em nosso país.
De um lado, favelas. De outro, butiques de alto luxo.
Robson era estudante. Ele queria protestar.
- Um escândalo essa Gluglu.
Ele se referia a uma megabutique recentemente inaugurada na cidade.
- Vamos lá, pessoal.
Faixas. Gritos. Cartazes. O rapaz protestava contra a concentração de renda.
Os seguranças da loja tinham ordem de não intervir.
A aglomeração, entretanto, era grande.
Dificultando a circulação. Uma moça de jeans tentava entrar.
- Áie... Dá licêêinça...
Era a espetacular modelo Juju Santoro.
Olhos verdes. Bumbum na medida.
Um suave perfume emanava dos seus cabelos tipo samambaia.
Robson largou no chão o cartaz. Seguiu a bela pelos corredores da loja.
O caso entre eles já é mais quente que uma passeata. Ele só anda de carro importado e roupas de grife.
A paixão é uma faixa que ninguém segura

Santiago Ribeiro 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Milagre

Rui e Telma eram crentes e casados a um ano. Telma deseja ser mãe. Mas isso nunca acontecia
Um dia Rui  saiu de uma clínica de fertilidade. Triste.
___Senhor! Pobre Telma. Não pode ser mãe. Sou estéril.
Chegou em casa. Quando contou a notícia, Telma estava consolável.
___Não se preocupe meu amor, O Senhor há de fazer um milagre.
Domingo. Rui não vai ao culto porque preferiu que naquele dia iria visitar a mãe para contar a situação. Telma é quem vai sozinha.
Mas ao chegar em casa, no quarto, flagrou Telma com o pastor na cama. 
___Calma amor... eu posso explicar. É uma oração...
Rui pega o martelo. O corpo dos infiéis caem com a cabeça aberta. Telma esta estendida com a mão no ventre. 
Ás vezes é bom revelar com que santo se faz bons milagres 

A Força de um Desejo

A timidez atrapalha muito na hora do amor.
Dêise Marly era uma moça quieta. Pobre. Sem beleza. Mas apaixonada.
__ O Osvaldo. Que corpo, meu Deus... E nunca vai ligar pra mim...
Uma lágrima rolava lenta entre as espinhas dela. O rapaz de fato se destacava entre os moradores do Jardim Saara. As amigas tinham pena de Dêise Marly.
__ Ele se interessar por você...? Só com mandinga forte.
Dêise Marly foi procurar o pai Futaba. Um famoso pai de santo japonês. Ele rezava com fervor. Os olhos da moça brilhavam como brasa.
__ Quero ele hoje na minha cama, Pai Futaba. Deitado na minha cama.
__Sem puroburema. Osuruvárudo vem urapidinho de moto.
Eram 22h quando o barulho da motocicleta tirou Dêise da cama.
Osvaldo tinha pressa. E um pacote na mão. Cocaína pura.
__Deixa eu me esconder na tua casa.
Sirenes. A polícia. Uma rajada de balas atravessou o peito do rapaz. Seu corpo está estendido agora. Imóvel. Tingindo de sangue o leito virgem de Dêise Marly.
Uma reza, mesmo quando dá certo, nem sempre garante o serviço completo.





Santiago Ribeiro

sábado, 19 de novembro de 2011

Dos poemas que te fiz...



Foram tantos
e tantos poemas,
poemas de amor

que te fiz!



Tu e eu
nascemos para a Poesia,
para encantar os outros,
alimentando as suas almas!



Quantas vezes
sofríamos nas nossas Vidas
e a inspiração,
superava tudo isso!



Os poemas que te fiz,
sentidos pela voz do coração,
derramaram amor,
muito amor,
que te comoveram
e davam forças
para sair de ti
Um outro poema,
suave,
expressivo,
emocionante,
iluminando
quem o lesse!



Dos poemas que te fiz,
ficam os sentimentos,
nas palavras
que o Poeta não renega
e guarda em seu coração!


Dedicado à Eduardo Santiago - 19/11/11

Alma

As vezes olho para uma folha em branco e logo me vem a vontade de deitar sobre ela meus sentimentos simbolizados e desenhados em forma de palavras.
Traduzir emoções, sensações e sentimentos seja falando, olhando, escrevendo, desenhando, cantando ou apenas ficando em silêncio, é uma arte.
O silêncio é mais valioso que o ouro e a prata, mas para calcular o seu valor é necessário uma profunda sensibilidade aliada a um total desprendimento.
As vezes queremos expressar o que realmente sentimos, mas diante dos fatos, optamos por mascarar nossos sentimentos e isso exige um esforço ainda maior.
Feliz é o poeta, que desnuda sua alma com elegância e propriedade sem temer o escárnio. 
A alma humana é tão envolta em mistérios e tão deliciosamente inconstante.
A solidão vem acompanhada de delírios e doenças da alma, o envolvimento tem por parceiro os enigmas da alma alheia e o mascaramento de nossas doenças emocionais.
O que te preenche te esvazia, o que te alimenta te consome.
Quem oferece a cura, em geral descasca a ferida e a expõe a contaminações
Quem doa todo o seu amor esquece de separar antes a parte que lhe cabe.
Contrastes e descasos da alma.
Seríamos fantoches entediados não fossem os devaneios, delírios e oscilações entre a lucides e a loucura a que nossa alma nos expõe.
A minha alma se armou de indignação e revolta, norteada por uma sensação de injustiça crônica e humilhações perpetuadas. 
Mas falta-lhe a destreza e a inerência necessárias para manusear todas as armas sem tornar-me refém das mesmas.
Alma, me deixe ver sua intenção.
Se olhe por dentro e só então poderá olhar para fora e ver o que está diante de seus olhos sem que nada os atrapalhe ou engane.
Seja só alma mas vista-a com roupas cheias de razão.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Destino



Caminhos percorridos
Longos e sofridos
Muitos eu andei
E em nenhum me encontrei
Na forma original
Paixão desejo amor
Chame como desejar
Mas em qual caminho
Eu posso te encontrar
Ouço no silencio dos pensamentos, o murmúrio lento
Dos meus desejos
E sinto nos lábios
O gosto da lagrima sentida, contida na saudade, viva na verdade
Caminhos percorridos
Saudade dos sonhos vividos
Sentidos a cada momento
E reencontro minha verdade
Quando adormeço em tua saudade.
De te ter em meu destino.

Distante


Queria ter algo bom a dizer.
Mas parece que nada sai
E dentro de mim tudo se trava
Como escotilha emperrada
Nada consigo entender!O pensamento se esvai.
E essa chuva que lava, só não lava o que me faz entristecer.
Vem assim, tomando conta se espalhando quase sem querer.
Quando dei por mim.
Já estava assim...Deprimido, numa tristeza sentida sem fim...
E como num filme antigo
Relembro pessoas, lugares, odores e emoções!
Que me fizeram sorrir o sorriso mais franco e contagiante
Arrebata minha alma, me conduz num leve flutuar.
E se faz chuva novamente
Aquela chuva que me banhe como um bálsamo suavizante
Energiza-me, acalma e faz meu corpo vibrar e pedir pra bem alto
Cada vez mais alto voar.
Distante daqui, perto de lá...
De onde não haja tristeza sentida sem fim.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Amor que Mata


O amor não precisa das cerimônias da Igreja para sagrar-se: ele é por si mesmo divino, pairando acima de todas as maiores aspirações humanas.
Basta que entre dois corações, pólos de eletricidade contrária, a centelha transformadora se faça, para que toda uma grande luz irradie, abrangendo a vida e projetando-se na própria eternidade.
Nascidos em países diversos e distantes, encontraram-se, divinamente impelidos um para o outro, nesta Babel brasileira __São Paulo. Raimundo já era casado; Teresa  independente ainda. Como se fossem dois abismos, atraíram-se violentamente para a mesma desgraça. Raimundo abandonou a casa; Teresa viu-se expulsa pelos pais...Que importa? O amor paira acima do sangue, muito além das conveniências sociais. Uniram-se e tiveram a mais vulcânica das paixões humanas a dourar a miséria pecuniária que logo veio, a colorir de relâmpagos multicores a infâmia que os invejosos tentavam distender em redor dos seus nomes.
Mas um dia, após vários anos de mútua glorificação interior, Raimundo __dominado não sei por que destino, arrastado não sei por que fraqueza de alma __ abandonou-a!
Teresa quis transformar em fios de aço as suas fibras de mulher apaixonada. Quis e tentou. Resistiram  as fibras por algum tempo, mas, num fortuito encontro em um teatro qualquer, a paixão derreteu o aço daquelas fibras e a mulher explodiu numa cena de loucura passional.
___Amigo! Você abandonou-me... Não vou recriminar-lhe a liberdade dessa ingratidão: eu nunca fui sua esposa. É verdade que por você abandonei o meu lar tranqüilo, sacrifiquei a minha honra, tive as maldições de meus pais, cobri-me de infâmias do público... Isto, porém, o que era em face do amor que lhe consagrava?
Você abandonou-me... fez bem! Os homens são como as feras: depois de saciados, enjoam-se das vítimas que fizeram. Só a mulher não é assim, porque só a mulher não se sacia. Não quero recriminar-lhe o direito que tinha de abandonar-me... Desejo apenas fazer-lhe um pedido: quero passar, em sua companhia, a tarde de amanhã. Peço-lhe isto pela recordação de todos esses momentos inesquecíveis de quando vivemos juntos... Peço-lhe isto em nome da solidão aflitiva em que me encontro só e amargurada...
Acendendo ao pedido, passaram juntos a tarde inteira do dia seguinte, um buliçoso domingo de calor. Tomaram um carro fechado e mandaram rodar pelos lugares mais distantes e silenciosos.
Teresa derreara a sua linda cabeça no ombro dele, com os lábios quase em seus ouvidos, nessa atitude de quem vai fazer confidências. E foi-lhe recordando o seu romance desde o momento em que se amaram até aquele instante em que ele fugira sem razão nenhuma. Reviveu os dias de maior paixão, os sacrifícios suportados, as amarguras curtidas, toda essa trama violenta de paixões em que o Destino contristara o seu coração de mulher. A sua voz, a principio, forte, foi-se aos poucos debilitando, nublada por soluços que tentavam afogá-la. Depois, na violência da sua amargura, já não era  mais uma voz humana: era apenas um ciciar de palavras que passavam entre lágrimas. A narrativa o havia emocionado, porque, afinal, também ele a amava e a queria ainda e, num momento de irreprimível ternura, arrastou-a para o seu peito, e violentamente a comprimiu de encontro ao coração... As bocas procuraram-se com aquela avidez que só a saudade do beijo consegue despertar nos lábios dos amantes.
Sentiu, porém, que o corpo da amada se abandonava numa rapidez de queda. Esforçou-se por suste-la e, num solavanco do automóvel, rolaram ambos do assento. Reergueu-se e colhendo todas as energias de que dispunham os seus músculos exaustos, tentou fazê-la assentar-se...O corpo da mulher resistia: os músculos se travavam todos, tombando para traz a cabeça inerte...
___Chofeur! __toca depressa para uma farmácia! __gritou Raimundo.
Alguns segundos depois, com a voz violentada pela comoção, deu outra ordem:
___Pára... para a farmácia, não!... para a Central!


Na sala da polícia, diante dos repórteres, escrivães e curiosos, o delegado conseguiu apenas esta elucidação consagradora da tragédia:
___O senhor matou-a?
___Sim, matei-a!
___Com que a matou?
___Com amor! 



Santiago Ribeiro, Sorocaba 09/11/2011