Com o brilho do fio de seda
A linha da vida se trama.
Infinitos arabescos,
Retratos de cada época.
Ponto a ponto
Num vai e vem da agulha.
Histórias vividas, tecidas
Alegres... Sofridas.
Entre pontos altos e baixos
Um contraponto, um laço.
Os amores perdidos, proibidos,
Resolvidos
Ou vencidos pelo cansaço.
Nos transpasses
Das vidas cruzadas,
Laçadas e correntes apertadas,
As “magias”, os “feitiços”
Se desfazem nos nós corrediços.
Nos pontos cruzados,
Os nós apertados
Filhos, eternamente amados.
Nos pontos perdidos
Aquele vazio
Daqueles que na vida
Foram-nos tão queridos.
Mas, ao findar do trabalho,
Entre correntes e laços
No meio de toda a trama
O amor é que se desenha
No crochê da colcha vida
De quem verdadeiramente se ama.