A exposição é composta por oito maquetes que retratam cenários urbanos e
rurais. A cena urbana de Veneza e Santorini com suas magias seduziram Santiago
Ribeiro, sorocabano de berço, que aos seis anos de idade se inicia na arte de
criar maquetes de todos os gêneros e se declara apaixonado pela arte em seu
todo. Santiago percebe uma similaridade no coração dessas cidades (espaços),
percepção que fica nítida diante das obras escolhidas para esta mostra. “Outra
percepção, esta que considero mais mágica, vem das características rurais e
bucólicas desses lugares, pois transcendem as diferenças de cada região
retratada e se mostram uniformes em cada cena. Nesta exposição há quatro
trabalhos que fazem parte de uma série chamado “Lembranças Sertanejas” e minha expectativa é ver a reação das
pessoas diante dessas obras que fiz com um cuidado especial justamente na
intenção de remeter ao público, principalmente mais velho, uma viagem
nostálgica aos cenários de sua infância”. O trabalho da exposição é o extrato
de uma pequena jornada de viagens virtuais e narrativas de familiares
realizadas em três anos.
O olhar do artista se volta para as
informações expressas das maneiras mais diversas, sempre com o intuito de
trazer uma mensagem clara. No entanto, pela forma de se lançar sobre o tema. Na
obra em que retrata uma favela com todos os seus preciosos e minuciosos
detalhes, Santiago nos oferece outra cidade, absolutamente plástica, que se
distingue pelo caos, mas ordenada dentro de uma lógica visual própria,
elaborada com uma proposta clara para convidar o público a refletir sobre
velhas questões sociais diante mensagem quase subliminar.
O talento de criar maquetes reside na
capacidade de enxergar o mundo de jeitos diferentes. Há nos trabalhos de
qualidade a pratica permanente de um exercício de ver aquilo que para muitos
passa despercebido. Reside aí o segredo de exercer uma educação permanente do
olhar, oferecendo sempre uma renovação. A arte de contemplar o espaço
seja ele urbano ou rural, demonstrada por Santiago Ribeiro se dá em boa parte
pela capacidade de retirar da aparente desordem o lirismo, seja nos seus
aspectos mais discrepantes ou nos diálogos entre os ambientes e a vida. Dessas
relações surge um apelo forte, a ser cada vez mais desenvolvido como
experiência de linguagem plástica.
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