sábado, 19 de novembro de 2011

Alma

As vezes olho para uma folha em branco e logo me vem a vontade de deitar sobre ela meus sentimentos simbolizados e desenhados em forma de palavras.
Traduzir emoções, sensações e sentimentos seja falando, olhando, escrevendo, desenhando, cantando ou apenas ficando em silêncio, é uma arte.
O silêncio é mais valioso que o ouro e a prata, mas para calcular o seu valor é necessário uma profunda sensibilidade aliada a um total desprendimento.
As vezes queremos expressar o que realmente sentimos, mas diante dos fatos, optamos por mascarar nossos sentimentos e isso exige um esforço ainda maior.
Feliz é o poeta, que desnuda sua alma com elegância e propriedade sem temer o escárnio. 
A alma humana é tão envolta em mistérios e tão deliciosamente inconstante.
A solidão vem acompanhada de delírios e doenças da alma, o envolvimento tem por parceiro os enigmas da alma alheia e o mascaramento de nossas doenças emocionais.
O que te preenche te esvazia, o que te alimenta te consome.
Quem oferece a cura, em geral descasca a ferida e a expõe a contaminações
Quem doa todo o seu amor esquece de separar antes a parte que lhe cabe.
Contrastes e descasos da alma.
Seríamos fantoches entediados não fossem os devaneios, delírios e oscilações entre a lucides e a loucura a que nossa alma nos expõe.
A minha alma se armou de indignação e revolta, norteada por uma sensação de injustiça crônica e humilhações perpetuadas. 
Mas falta-lhe a destreza e a inerência necessárias para manusear todas as armas sem tornar-me refém das mesmas.
Alma, me deixe ver sua intenção.
Se olhe por dentro e só então poderá olhar para fora e ver o que está diante de seus olhos sem que nada os atrapalhe ou engane.
Seja só alma mas vista-a com roupas cheias de razão.

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